sábado, 3 de julho de 2010

Informações muito interessantes..

Primeiramente todos os dados e informações eu extrai através de um diário oficial do ano de 1893, no link http://www.jusbrasil.com.br/diarios/1649656/dou-secao-1-11-06-1893-pg-5/pdfView , e para visualizá-lo é necessário fazer um cadastro bem simples e gratuito. Vou citar apenas alguns trechos, pois o documento é muito extenso e possui três páginas. E realmente há dados e descrições muito interessantes datados do século de 1700 e 1800. Vou começar pelo Nordeste , onde sobre as secas, relatam a seguinte situação: A primeira seca autêntica de que a história conserva a tradição é a de 1710-1711, e vieram depois as de 1723-1727, 1734-1736, 1744-1745, 1777-1778, e sobretudo a de 1790-1793. Parece que o ano de 1792, passou-se sem que caísse uma gota de água, também a mortalidade tornou-se assustadora. A capitania geral de Pernambuco informou à coroa de Portugal, que mais de um terço da população tinha sucumbido. Este flagelo continuou e continua, no século presente com certa regularidade, as principais secas tem tido lugar, 1808-1809, 1816-1817, 1824-1825, 1844-1845, 1877-1879, e finalmente 1888-1889. E daí em diante, nesse texto, há descrição de médias de temperaturas e chuvas em três estações do estado de Pernambuco, e na Bahia, como são muitos dados quem puder entrar nesse link e conseguir ver vale a pena. Depois diz que a primeira observação meteorológica no Rio de Janeiro foram feitas pelo jesuíta português, Padre Bento Sanches Dorta, em 1781, que era astrônomo também, e depois de muitas interrupções as observações meteorológicas recomeçaram no começo do século de 1800, onde a estação se localizava no alto da colina do Castelo, e vejam que trecho interessante: O calor atinge seu máximo no Rio de Janeiro durante os meses de janeiro e fevereiro, cuja temperatura média é de 26,6°C, à partir desta época ela baixa até julho, onde chega a 21,8°C. O ano com temperatura mais elevada foi observado em 1868, e foi de 24,8°C, e o mais fresco foi o de 1882, com 22,1°C. A temperatura absoluta mais elevada observada no Rio de Janeiro foi de 37,5°C em 25 de novembro de 1883, e a mínima é de 10,2°C em 01 de setembro de 1882. A temperatura do ar não é tão elevada como acabamos de ver, todavia seu prolongamento durante a estação quente, fadiga muito as pessoas não aclimatadas. Agora vou mostrar o trecho na íntegra, onde relata-se descrições do clima em algumas cidades mineiras: Lagoa Santa, notável pela residência Dr. Lund, está situada a NE de Ouro Preto, capital do estado, observa-se ali temperatura média de 20,5°C. A companhia inglesa, que explora as minas de ouro de Sabará, possui uma série de 25 anos de observações pluviométricas. A média anual é de 1697mm, e a quantidade anual mais forte é a que corresponde a de 1888, com 2.200mm. A pequena cidade de Uberaba, situada no oeste de Minas, nos oferece um verdadeiro clima continental. Segundo o Padre Germano de Annecy, sacerdote francês que ali residiu muito tempo, a temperatura média anual é de 21°C. Ele observou mínima de 2,5°C abaixo de zero. Esta temperatura notavelmente baixa, está de acordo com as observações feitas pelo naturalista Martius, que diz que não é raro ver cair neve nestes países, situado com tudo abaixo do vigésimo paralelo apenas, e com as do Dr. J. Hann, que na sua climatologia que EM ALGUNS SÍTIOS ENTRE BARBACENA E OURO PRETO, UM EXTRAORDINÁRIO ABAIXAMENTO DE TEMPERATURA FEZ-SE SENTIR EM JUNHO DE 1870. NOTOU-SE UMA TEMPERATURA DE -3,5°C QUE DUROU CINCO OU SEIS DIAS, E QUE EM BARBACENA DESCEU A -6,0°C. O MESMO AUTOR CITA TAMBÉM QUE A 19 DE JUNHO DE 1843, HOUVE GRANDE QUEDA DE NEVE EM OURO PRETO. Aí logo após , descreve outras informações de outras cidades mineiras, e agora vou mostrar o trecho sobre o clima da capital paulista: A temperatura média anual oscila em torno dos 17°C, com máximo absoluto de 33,1°C. Geia muitas vezes, durante os meses de junho e julho, porém a temperatura não excede muito a zero, visto que a temperatura mínima observada por M. Joyner é somente -1,0°C. Quanto a temperatura mínima dada por M. Joyner, é perfeitamente exata, e nós mesmo tivemos ocasião de em 1885 observar temperatura -2,0°C no mês de junho e no interior da cidade. E agora falando sobre o Sul há as seguintes citações: Segundo quatro anos de observações feitas em Joinville, a estação das chuvas compreenderia a primavera e o verão, da mesma maneira que na subdivisão continental, em Cuiabá, por exemplo, dos anos de observações forneceram 2.280mm, de água precipitada, o que parece quantidade bastante considerável. Sobre os altos planaltos, em Lages, as chuvas se produzem no inverno, como nos parece resultar da curta descrição que nos deu o Dr. Avêllemant. Segundo esse mesmo autor, a grande queda de neve se produziu no município de Lages, de 26 a 30 de julho de 1858, custou a vida de mais de 3.000 cabeças de gado. Quando ele atravessou a Serra do Mar, no mês de agosto, desde Joinville até os campos do Paraná, não houve um só dia sem tormenta ou chuva, e isto sobretudo durante à noite. Em Palmeira/RS, caíram durante o mês de agosto de 1879, de 50 a 60mm de neve, e ao mesmo tempo houve 100mm em Passo Fundo, e até a quantidade enorme de 80cm em Vacaria. Mas a sul, em São Leopoldo, Santa Cruz, geia às vezes, a 100 metros apenas de altitude. Caiu ao que parece granizo na cidade de Rio Grande durante à noite de 9 para 10 de agosto de 1866, uma espessura de 7 centímetros, e ao mesmo tempo em Bagé 12cm. A chuva de pedra parece freqüente nestas paisagens. As quedas de neves são igualmente muitos freqüentes durante o inverno em Curitiba.

3 comentários:

  1. Um verdadeiro achado, pensei que os dados mais antigos eram os observações na Paulista mas agora vejo que não, naturalmente a capital na época veio primeiro. O clima está sempre mudando e hoje vivemos uma fase quente mas não se sabe até quando, tem alguma informação sobre os recordes de mínima em Campos do Jordão e Nova Friburgo? Na Wikipedia diz -7,3 em Campos (junho, 1979) e -2,5 em NF (julho, 1892).

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  2. Muito interessante esses dados.
    Incrível essas medições do século XIX. Fui procurar mais a respeito de Draenert (ele era um alemão responsável por muitas dessas estações), ele escreveu livros sobre o clima do Brasil, a classificação, etc.
    Pena que é díficil achar essas bibliografias. Parabéns pelo achado, mas a estação de Salvador com dados muito estranhos, recordes de 21,0C a 31,5C.. acho que não respeitava as normas.
    Se você tiver mais informações e quiser conversar pode adcionar no MSN (douglas_ssa@hotmail.com)
    Abraço

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  3. Agradeço muito o comentário de vocês, sobre as mínimas em Campos de Jordão e Nova Friburgo de pronto eu não tenho os dados agora, mas vou pesquisar com maior atenção, e assim que eu obtiver publicarei aqui, e realmente caro Douglas naquela época algumas medições saiam fora das normas, e é bacana ver né que mesmo assim se dedicavam afinco na meteorologia, e tentarei alguns dados sobre Salvador aí te falo depois, e vou te adicionar no msn ok, abração a vocês!

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