terça-feira, 31 de agosto de 2010

1963: Ano extremamente seco de norte a sul do Brasil






























O ano de 1963 foi marcado por uma estiagem sem precedentes no país. Choveu bem abaixo da média durante quase todo o ano de norte a sul do Brasil. Nos links abaixo vejam que a seca atingiu todos esses locais, e Brasília por exemplo ficou mais de 4 meses sem uma gota de chuva, no estado do Rio, até os mananciais secaram, pois em Petrópolis ficou sem chuva de verdade por 5 meses, e os acumulados anuais de chuva parecem até surreais, em Belo Horizonte no ano inteiro de 1963 choveu apenas 504,4mm, segundo o INMET, e no Mirante de Santana choveu muito abaixo da média também com 894,9mm. Em Niterói no RJ, o acumulado anual foi de 550,2mm, e em todos os locais foram o menor acumulado anual na história.



Mais detalhes nos posts:




Temperatura máxima 42,0 graus em Cuiabá no dia 30 de setembro de 1947



Esta temperatura de 42,0 em Cuiabá em 1947, foi a terceira maior registrada no local, seguida pelos 42,1 graus em 20 de setembro de 1949, e o recorde é de 42,2 graus em 06 de outubro de 1940.

Acumulado de chuva em 1947 no Mirante de Santana :2.112,2mm


Outro destaque nesse ano de 1947 foi a temperatura mínima em 13 de outubro, de 4,3 graus, a menor temperatura registrada no Mirante de Santana em um mês de outubro até hoje.


Observações meteorológicas estado de São Paulo 1939


Algumas temperaturas máximas baixas

Vejam apenas algumas temperaturas máximas baixas registradas em alguns locais, porém é só pra ilustrar, pois nem todas são recordes absolutos, peço desculpas aos usuários por não fazer todas hoje, pois estou com pouco tempo para pesquisar, e no próximo fim de semana eu elaboro uma lista mais completa, inclusive de outras regiões:

-2,4°C São Joaquim/SC 31/07/1993( Menor oficialmente registrada no Brasil)
7,2°C Porto Alegre 09/07/1920
7,2°C Florianópolis 19/07/1990
5,4°C Campo Grande 29/07/1955
7,0°C São Paulo 09/08/1936
12,0°C Morro da Urca/RJ 10/07/1918
6,2°C Uruguaiana 23/06/1918
9,0°C Uberaba 25/06/1918
9,0°C Piracicaba 11/07/1918

Temperatura em São Joaquim em 09/10 de julho de 1918






Vejam esse trecho livro Compêndio de chorographia do Brasil de Mário Vasconcelos, onde ele cita que num desses dias a temperatura foi de 18 graus abaixo de zero em São Joaquim, é evidente que não dá confiar cegamente nesse dado, porém deduz-se que nesse dia a região serrana de Santa Catarina pode ter tido a menor temperatura da história, pois em Porto Alegre em baíxissima altitude teve 4 graus negativos no dia 11 de julho de 1918,recorde absoluto, e Florianópolis no litoral teve 1,3 graus no dia 10, portanto pode ser que tenha feito neste dia temperaturas inferiores aos 10 graus negativos em São Joaquim, e isso é apenas uma dedução minha.

9,2 graus no Campo dos Afonsos em 17 de julho de 1927


Dados sobre seca em Cuiabá com maior cheia e vazante no rio local

Maior seca contínua: 130 dias em 1906
Menor seca contínua: 23 dias em 1941
Altura do Rio Cuiabá — máxima: 10,57 m em 10-3-1942
mínima 1,16 m em Outubro de 1939.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Hoje infelizmente não tive tempo para postar aqui no blog, mas amanhã postarei normalmente, inclusive com dados de menores temperaturas máximas registradas no país. Abraços!

Nevasca histórica em julho de 1990 em Cambará do Sul




Vejam ao lado, reportagem do Jornal do Brasil mostrando a nevasca que atingiu Cambará do Sul/RS em 22 de julho de 1990, e também a tabela com os extremos ocorridos no local.




domingo, 29 de agosto de 2010

Normais Climatológicas entre 1909/1910 até 1930




Vejam as temperaturas médias e absolutas nas capitais no período entre 1909/1910, quando o INMET iniciou as medições até 1930, e só em Porto Alegre que há uma ressalva pois começaram nessa tabela os dados a partir de 1920, e por isso não captaram a mínima de 4 graus negativos em 1918, e lamentável que deixaram a capital Vitória com dados ausentes nas absolutas, e que desconsideraram também os 4,8 graus no Campo dos Afonsos em 1926 nas normais desse período.

Temperatura de 10 graus em Vitória em 23 de setembro de 1925


Vejam nesse boletim do observatório Nacional do dia 24 de setembro de 1925, com mínimas e máximas na véspera, dia 23, que a temperatura mínima em Vitória foi de 10 graus, e ao que parece não é falha, tendo em vista que o observatório não tinha o costume de divulgar temperaturas equivocadas como o INMET nos dias atuais.


Recordes de menores temperaturas registradas nas capitais

Vejam a lista com dados do INMET com as menores temperaturas registradas nas capitais desde o começo das medições:

 
-6,3ºC Curitiba 15/06/1920
-4,0ºC Porto Alegre 11/07/1918
-3,4ºC Campo Grande 18/07/1975
-2,1ºC São Paulo 02/08/1955
1,2ºC Cuiabá 22/06/1933
1,2ºC Goiânia 09/07/1938
1,3ºC Florianópolis 10/07/1910 e 26/08/1984
1,6ºC Brasília 18/07/1975
2,2ºC Belo Horizonte 11/07/1910
4,8ºC Rio de Janeiro 19/07/1926
6,0ºC Rio Branco 19/07/1975
7,4ºC Porto Velho 19/07/1975
9,3ºC Vitória ( outubro década anterior a de 30)
14,6ºC Teresina 28/07/1951
14,8ºC Natal 28/06/1959
15,5ºC Aracaju 15/08/1932
15,9ºC Maceió 17/08/1976
16,2ºC João Pessoa 01/07/1936
16,8ºC Salvador 27/08/1917
17,1ºC Recife 28/07/1955
17,6ºC Manaus 17/07/1926
17,7ºC Fortaleza 17/08/1935( porém o recorde é de 16,8 graus em data não definida entre 1910-1930)
18,1ºC São Luís 05/07/1974
18,2ºC Boa Vista 22/07/1975
18,5ºC Belém 26/08/1984
18,5ºC Macapá 16/07/1925

OBS: Tive o cuidado de analisar muito bem os dados do Norte e Nordeste onde havia erros grosseiros de digitação, e verifiquei a consistência de cada uma para descartar erros, como nas estações de Recife, Maceió e Boa Vista onde há falhas graves nos dados, como uma mínima de 11 graus em Maceió e 7 graus em Boa Vista, onde jamais ocorreram esses valores. E a de Vitória foi a menor temperatura que encontrei em toda a série, pois a menor que consta antes dessa nesse mês é de 13,2 graus em 1951. E na capital Palmas não há dados suficientes pois a normais climatológica na cidade se iniciou em 1993, e ainda vou ter que levantar os dados. E realmente o usuário está correto na temperatura em São Luís, onde confirmei com um amigo que tem contato com o INMET, que houve mais uma vez erro de digitação, na temperatura de 17,9 graus em 1987,e na realidade a mínima absoluta é de 18,1 graus em 05 de julho de 1974, essa sim confirmada. E na de Recife, uma vergonha!!, desculpem a expressão, fui informado por esse amigo meu, que a série inteira está errada com as mínimas absolutas mensais entre 1961-1990, portanto retirei esse valor de 1965, e coloquei a de 17,1 graus em 26 de julho de 1955, essa confirmada, e sobre a temperatura em Vitória há muitas falhas nos dados das décadas de 1910 e 1920 o que torna quase impossível qualquer parâmetro nesse período.

1931-1960: Teresina registra recorde de frio em 28 de julho de 1951 com 14,6 graus




1931-1960: Fortaleza registra menor temperatura até hoje em 17 de agosto de 1935 com 17,7 graus




Chuva vai demorar......


Segundo a rodada do modelo GFS às 00hZ, o tempo ainda vai permanecer seco em boa parte do interior do Brasil na primeira quinzena de setembro. Apenas no Acre, Rondônia e Amazonas, parte do Pará, noroeste de MT, as chuvas retornam nas próximas semanas, aliviando os focos de queimadas. Na faixa leste do Sudeste também volta a chover, porém a priori, a previsão é de acumulados baixos que não chegam nem a 15mm, em boa parte dos locais. Portanto mesmo que essa previsão se altere, e tomará que mude mesmo, a tendência é de estabilidade, pois fica mais duas ou três semanas sem chuva soa como um verdadeiro pesadelo. Já no RS, a previsão é de muita chuva com acumulados superiores aos 150mm, e volta chover também em Santa Catarina e partes do Paraná com menores acumulados.


sábado, 28 de agosto de 2010

Histórico dos invernos na Europa entre os anos de 401 até 1814




Observem que síntese interessante dos invernos no chamado velho continente, onde descrevem o rigor do frio em diferentes épocas.




1814/1815: Frio extremo também na Europa







Vejam que o rio Tâmisa que fica no sul da Inglaterra congelou.






1,3 graus em Florianópolis em 26 de agosto de 1984


A temperatura de 1,3 graus que ocorreu em 10 de julho de 1918, se repetiu em Florianópolis no dia 26 de agosto de 1984, portanto os menores valores já registrado no local. Peço desculpas por não ter colocado essa informação de 1984 antes, e agradeço ao usuário que me apresentou o dado sobre agosto de 1984.


Mais trechos de livros sobre o frio extremo de 1814 em Minas Gerais











Vejam que naquele julho de 1814, o frio foi extremo em Minas Gerais, e que durante oito dias o gelo da geada não derretia, realmente impressionante . Todos os trechos ao lado são relativo ao estado mineiro.

Frio extremo no Brasil entre os anos de 1814 e 1824

Vejam abaixo descrições de como o frio foi intenso naquele período entre 1818-1821 no interior do Brasil , segundo trechos em livros:


1814 - Datam deste ano, os primeiros registros achados a respeito do frio. Existem referências, oriundas de 3 fontes distintas (todas de MG), que fazem menção a uma violentíssima onda de frio neste ano. Ainda não foi determinado o local exato onde foram feitas as seguintes observações. Aparentemente as anotações principais provêm de Ouro Preto. Os dados dizem que geou durante 8 dias consecutivos. A água congelou em mais de 1 dedo de espessura e houve dia em que à sombra , não derretia, mesmo durante o dia. A devastação das lavouras e das florestas foi catastrófica. Florestas inteiras morreram, dando lugar ao capim e 4 anos depois ainda não haviam se recuperado. Os peixes, na maioria dos rios foram dizimados. Há um registro de 1818, no qual fala-se de árvores mortas nesta onda de frio , numa região não muito longe de Juiz de Fora ( cerca de 20 ou 30 KM à noroeste da atual cidade). Aparentemente , esta geada atingiu todo o Centro ??? Sul de Minas Gerais.

1815 - explosão do vulcão Tambora.

1818 - O verão de 1817 para 1818 foi extremamente chuvoso no Sudeste do Brasil. As chuvas começaram em outubro de 1817, atingiram níveis fortes em novembro do referido ano e prolongaram-se terrívelmente intensas e quase sem interrupções até março de 1818. Por outro lado, em abril / maio teve início uma rigorosa seca, também na região Sudeste e que durou até a segunda quinzena de outubro, fazendo a população padecer , assim como as enchentes gigantescas do começo do ano. Na primavera de 1818 é que surgem os primeiros indícios de um distúrbio meteorológico ; o mais forte ligado ao frio no Brasil dos até agora verificados. Em 25 de setembro é registrada geada nas proximidades de Juiz de Fora-MG. O frio permaneceu forte na região até o dia 30 do mesmo mês. Em outubro, a seca atingiu seu auge em Minas. Em Barbacena há registros de procissões para que ocorresse o fim do problema. E finalmente, nos dias 19 e 20, começa a temporada da chuvas. Novembro começa chuvoso no Estado. No dia 4 ocorrem temporais na região de Bambuí. Aqui começa uma baixa de temperatura interessante: na noite do dia 5, segundo um viajante, foi necessário o uso de fogueiras de fogo alto, mas que incrívelmente não conseguiam aquecer. E a manhã do dia 6 foi espantosamente fria. Geou com grande intensidade. O registro diz que às 8 hs, a vegetação estava coberta de espessa geada. Sabe-se apenas que esta anotação foi feita na região de Bambuí, em uma baixada. O frio perdeu força rapidamente no dia 7. Anotações feitas na Bahia falam de violentos temporais neste dia. Seria a frente fria? Outra coisa importante a destacar-se é o fato de que as chuvas de novembro e dezembro deste ano em Minas , parecerem ter sido irregulares espacialmente. Enquanto em algumas regiões houve muita chuva, em outras quase não choveu. OBS: Existe uma nota que fala de muito frio na noite de 16 de dezembro.

Janeiro 1818 São Paulo
" A diferença de temperatura no inverno (maio-setembro) e no verão e nos meses chuvosos (outubro a abril) é significativa, deitado nas províncias do norte. Não é incomum ver, mesmo que não diretamente para a cidade, mas nas regiões mais altas de geadas durante a estação fria, o frio é tão sensível e persistente, mas nunca que você acha que ele iria criar para além do habitual fogareiros e fogões. Sobre as Grandes Planícies, que estendem a oeste e ao sul da capital, nota-se uma proporção constante dos ventos para a posição do sol. Onde que está localizado nos sinais do Norte, Estado SSW e ventos SE. Quando ela se vira para o S., os ventos são menos duráveis ".

Janeiro 1818 - Ouro Preto

"O clima desta capitania é devido à posição alta na maior parte bastante fresca, a fruta europeus e os preços da fruta. O termômetro alterado durante a nossa estadia em Villa Rica, de l muito: ele ficou na parte da manhã antes do amanhecer a 12 ° C, ao meio-dia a 23 °, na noite i6 °, 14 ° à meia-noite. O barômetro subiu e desceu entre 23 ° e 25,50 ", o Fischbeinhygrometer mostrou que 55 ° a 70 °. (:.:-) O clima foi muito agradável, mas freqüentemente resfriado por uma tempestade repentina. Durante os meses mais frios Junnho e Júlho entra por vezes soprar as culturas de maturação muito prejudicial um, era assim nos anos anteriores à nossa chegada, uma parcela considerável da colheita de bananas, cana-de-açúcar e café gelado. Os ventos aqui a partir de direcções diferentes, e nunca trazem com grande cordialidade, mas denso nevoeiro em que são muitas vezes os topos das montanhas vizinhas olhar envolvido" .( Obs: Estas temperaturas foram feitas em janeiro, ou seja amanhecia com 12 graus em pleno verão,e a máxima não passava de 23 graus)

1819 - Este ano é o grande ano quando se fala de frio no Brasil. Não há confirmação de todas as informações ainda e o porque de frio tão violento. Janeiro começa com temperaturas relativamente normais no Centro do país. Porém, registros de Goiás revelam que no dia 14, algo de estranho começou a acontecer... Anotações realizadas perto da atual cidade de Jaraguá (GO), indicam que o dia 14 foi quente, mas houve então um forte temporal, após o qual a temperatura baixou violentamente. Não se fala mais nada, até que se relata um fato no mínimo estranho: GEOU NA REGIÃO DE JARAGUÁ, GOIÁS, NO DIA 19 DE JANEIRO, EM PLENO VERÃO, NUMA ÁREA ABAIXO DE 1000 METROS DE ALTITUDE. O registro aponta para às 8hs da manhã forte geada. Esta anotação foi feita num engenho de cana-de-açúcar. No mesmo dia relata-se que foram achadas mortas várias cascavéis da grossura de um braço. OBS: Ao ser achado este registro, pensou-se que tratava-se de algum erro, mas verificando todas as outras anotações percebeu-se que era realmente isto que o autor queria dizer. Também é difícil que seja erro de tradução, pois os originais em alemão foram verificados por pelo menos 3 tradutores e todos traduziram o trecho da mesma forma. Porém é necessário a procura de novas fontes para este ano, que possam esclarecer melhor o fato, assim como confirmá-lo ou desmentí -lo. O anotador fazia parte de uma expedição científica, encomendada por um monarca europeu. Choveu bastante na região de Goiás, da segunda quinzena de janeiro a meados de abril. A noite de 30 de abril para 1º de maio foi muito fria. Em uma localidade ainda não identificada da região central do Estado, o amanhecer deste dia foi de geada forte. E curiosamente, no dia 3, gafanhotos passam por lá.

Maio segue tranqüilo até o dia 25, quando se relata muito frio.

Na noite de 28 para 29 é que ocorre o pico desta onda. A anotação do dia 29, às 6hs da manhã, relata que geou e acrescenta:

"A minha própria tenda estava inteiramente branca, parecendo coberta de neve. Partimos. A vegetação em todas as calmas, estava crestada, (...).

Deste relato, podemos deduzir que a temperatura caiu a pelo menos 0ºC na relva, congelando o orvalho sobre as tendas dos viajantes. Detalhe: esta observação foi feita no norte de Goiás.

Junho teve início com frio intenso, mas não ocorreu nenhuma excepcionalidade. Exceto a rigorosa seca que assolou o Sudeste do país.

O ar seco provocou calor em junho e início de Julho na região. Nos primeiros 10 dias de julho completaram-se 2 meses sem um pingo d'água no Centro-Norte de Goiás. No dia 6 de julho ocorre uma forte elevação de temperatura, seguida de frio muito forte no dia 7. À noite, as temperaturas já estavam baixíssimas em todo o Centro-Sul do Brasil. No amanhecer de 8 de julho, quase na fronteira com o Tocantins, a água havia congelado até mesmo dentro de um cálice deixado de propósito ao ar livre. Mas já no dia 9 a temperatura voltou a subir fortemente. Faz calor após o dia 12. Mas no dia 21 volta a gear, com força, na fronteira de Goiás com o Tocantins, congelando o orvalho.

OBS: Na verdade, não está certo se este registro é mesmo de Goiás. Há indícios de que pode ser do Tocantins. Volta a esquentar somente no dia 25.

Em agosto, já no Tocantins, entre os dias 19 e 22 fez frio a ponto de tirar o sono de um grupo de viajantes. Na manhã do dia 22, um deles que era austríaco , relata que o frio chegava a ser desagradável de tão forte.

"À SOMBRA EM GOIÁS EM 1819 TEMPO: Durante todo o mês houve somente 5 dias serenos, com sol, muito quentes, ao passo que as ... eram sempre frescas, sendo três delas com muita névoa; no dia 19, porém, a 17°6, acompanhada de forte geada ". ..
.
Nota: Infelizmente , não se conseguiu nenhum registro para os meses subseqüentes de 1819. Para a região Sul do Brasil também não acharam-se dados anteriores a 1820. Apenas sabemos que ocorreram violentas enchentes na região, passando para seca no Rio Grande do Sul no fim do ano.



1820 - Este ano entraria para a História do Rio Grande do Sul por ter sido registrada uma das mais fortes secas que se tem notícia na região. Não choveu de janeiro a agosto em várias áreas do Estado, ao passo que o primeiro trimestre foi muito chuvoso no Paraná.
Neste ano é que surgem os primeiros registros de frio no Sul do país. Enchentes calamitosas atingiram o Centro do Brasil durante o verão e parte do outono. A primeira grande geada deste ano, atinge a região de Pirenópolis, Goiás, no dia 6 de maio. No dia 7, mais uma vez, mas ainda mais forte. Entre os dias 8 e 9 o frio aumentou mais ainda, e a noite deste último dia foi extremamente fria. A temperatura só subiria no dia 12. Relatos do Rio Grande do Sul dão conta de uma forte onda de frio iniciada na noite do dia 11 de junho e que prolongou-se até o dia 16. O frio foi considerado "excessivo"; note-se que as observações foram feitas no litoral.

No dia 19 começa uma nova onda polar , que vai até o dia 21. O relato seguinte, de 4 de julho, diz que há vários dias o tempo está frio e que quase todas as noites forma-se geada em Porto Alegre. Algumas de grande intensidade. Está onda polar estendeu-se até o dia 7 , pelo menos. Não há outros relatos significativos , embora tenham ocorrido várias ondas de frio fortes até o fim de setembro. Até o momento estes são os relatos para este ano.

Porto Alegre, 4 de julho 1820 - "Durante vários dias o tempo manteve-se frio. Hoje está sombrio, como na França antes de nevar, tendo chovido em grande parte do dia. Há geada quase todas as noites e o Conde mandou juntar muito gelo para fazer sorvete.
Acostumado, como já estou, às altas temperaturas da zona tórrida sofro muito com o frio. Ele tira-me toda espécie de atividade, privando-me quase da faculdade de pensar.
{Esse frio repete-se todos os anos. Toda a gente se queixa dele, sem contudo procurar meios eficazes de defesa contra o inverno. Apenas cuidam de agasalhar o corpo com vestes pesadas. Todos os habitantes de Porto Alegre usam em casa um espesso capote que, impedindo-lhes até os movimentos, não os impede de tremer de frio...} Ninguém tem a idéia de aquecer os quartos, trazendo-os bem fechados e munidos de lareira
"



1821 - Em janeiro terminou de vez a seca no Rio Grande do Sul, passando para um regime de chuvas constantes e um outono extremamente úmido.
Registrou-se uma forte onda de frio no Estado entre os dias 31 de março e 2 de abril. Nota: Na noite do dia 13 de abril, na localidade de "Tronqueira", ocorreu um tornado, o primeiro que temos registro até o momento no Brasil. Ainda precisa-se de confirmação, mas todos os dados indicam que o fenômeno não foi uma simples ventania. Durou cerca de 3 minutos e devastou boa parte da região, derrubando árvores e destruindo parcialmente casas.

Abril foi excessivamente chuvoso no Rio Grande. Não conseguiu-se a data exata, mas há relatos de enchentes grandes na região do rio Uruguai.*

Não foi encontrada mais nenhuma menção de frio para este ano, o que leva a deduzir que o distúbio de 1819 teve fim.

Segunda Viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a S. Paulo / Auguste de Saint-Hilaire - 1822
Pg. 91 – Mogi das Cruzes - 13 abril. "O frio, como havia previsto, foi muito intenso esta noite e passei
bem mal."

1824 - Uma carta datada de 10 de setembro, escrita pelo líder religioso da primeira leva de alemães que chegou em Nova Friburgo - RJ, assim descreve o clima da cidade: No verão é muito quente, mas o calor é suportável, pois dura somente 12 horas por dia. As noites são mais frescas que na Europa. O inverno em Nova Friburgo, não é fresco, mas frio, tão frio que vi nas partes da manhã, até às 10 horas uma crosta de gelo na água e não me arrependi de ter trazido da Alemanha uma coberta de penas. Teria ocorrido uma super onda de frio em 1824?


Neve em MG em 25 de junho de 1756


Vejam esse trecho da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, onde num diário que os padres faziam de suas peregrinações diárias na época, relatavam que ficaram admirados que ao invés de cair chuva, viram cair neve, situação que jamais haviam visto por aqui, e infelizmente não citam o local exato , e falam muito no diário na região de São Lourenço e São João Del Rei , estado de MG, provavelmente tenha sido numa dessas duas regiões.


Observações meteorológicas no ano de 1782 no Rio de Janeiro




Estas são observações no ano de 1782, feitas pelo padre Sanches Dorta no Rio de Janeiro, e que mostram que a década de 1830 que mostrei no post anterior, foi mais fria que a do ano de 1782.

Observações meteorológicas no Rio de Janeiro em 1836/1837











Vejam estas observações feitas por Freire Alemão nos anos de 1836 e 1837 no Rio de Janeiro, e apesar das escritas estarem em francês, são descrições interessantes, e as temperaturas e a umidade( higromêtro) eram medidas às 6hs da manhã e às 14hs. Mesmo com com a carência na medição de dados, nota-se que naquela época o Rio tinha por vezes temperaturas bem mais baixas que as atuais.






Belo Horizonte completa hoje 100 dias sem chuva

Total de chuva acumulado mensal Abril- Agosto em Belo Horizonte

Abril

dia 01 26,4mm
dia 02 0,6mm
dia 04 0,6mm
dia 05 35,7mm
dia 07 6,6mm
dia 13 0,7mm
dia 30 14,5mm

Total no mês 85,1mm
Média histórica 61mm

Maio
dia 01 3,2mm
dia 10 4,3mm
dia 11 11,2mm
dia 13 1,5mm
dia 20 6,6mm

Total no mês 26,8mm
Média histórica 28mm

Junho
dia 03 0,2mm
dia 06 0,6mm

Total no mês 0,8mm
Média histórica 14mm


Julho
0mm
Média histórica 16mm

Agosto
0mm
Média histórica 14mm

FONTE: INMET

Reparem que apenas em abril choveu acima da média, e que a última significativa em Belo Horizonte( acima de 20mm) foi no dia 05 de abril com 35,7mm, ou seja há 5 meses atrás. E em junho apenas duas garoas que não acumularam nem 1mm.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dados das estações de Petrópolis, Teresópolis, Friburgo e Itatiaia na década de 1910




11 de julho de 1972: Castro/PR registra 8,0 graus negativos


Vejam na reportagem do jornal do Brasil, que o frio foi extremo no Paraná nesse dia registrando 8,0 graus abaixo de zero em Castro.

Corumbá tem umidade menor que de deserto nessa tarde

A secura do ar em boa parte do país vem atingindo níveis fora de qualquer normalidade, ou seja às 15 hs Corumbá registra apenas 6% de umidade, é um valor tão crítico que é como se não existisse nada de água na atmosfera.
Este valor corresponde ao menor nível de umidade registrado este ano no país. E a seca este ano está muito severa, e não chover nessa época é até normal ,mas o problema é que parou de chover bem antes do normal, da segunda quinzena de fevereiro em diante houve vários veranicos, onde no período até março as temperaturas atingiam com facilidade valores acima dos 35 graus no interior do Brasil, aí com as chuvas irregulares o outono já começou com grande déficit hídrico no solo, o que deixou a vegetação muito seca, aí no outono época que já chove bem menos, a pluviosidade ficou abaixo da média, e no inverno a chuva parou de vez, ou seja até chover pouco no inverno é comum, o que não é normal é a chuva ter parado bem antes da hora, e a consequência agora no auge da estiagem é a pior possível, pois com tanto tempo sem chuva a atmosfera não tem umidade praticamente.
E daí vemos esta desastrosa média de 10 a 12 mil focos de queimadas por dia no país, umidade descendo a níveis comparados ou pior que do deserto do Saara ou do Atacama no Chile, poluição extrema pois sem chuva e vento, e com tanta fumaça no ar a atmosfera está suja, resumindo o país literalmente vem vivendo dias "infernais", e o pior é que nas duas próximas semanas nada de melhoras nesse quadro por enquanto. E outra coisa que eu vi na televisão, e eu fiquei de certa forma revoltado, é que 80% das queimadas são de origem criminosa, ou seja propositais causadas por pessoas sem escrúpulos que não estão nem aí com a vida dos outros, no centro norte do país, estão se aproveitando da situação para desvastarem as matas para criarem pastagens e novas áreas de cultivo agrícola, e essas pessoas no mínimo teriam que apodrecer na cadeia, pois só pensam no lucro, assim como os políticos pura demagogia, e nada de prático, e é uma verdadeira vergonha estas queimadas que estão ocorrendo, pois além da fumaça tóxica de monóxido e dióxido de carbono que respiramos, as matas estão sendo dizimadas e milhares de animais sendo mortos nesses incêndios, é uma realidade pra lá de cruel que estamos vivendo.

Nevou por uma hora em Campos do Jordão no dia 27 de julho de 1964




Recebi um e-mail de um caro usuário chamado Marcelo, a qual lhe agradeço muito por ter cedido esta informação, onde ele cita a data em que nevou em Campos do Jordão, onde eu não sabia o dia, e foi em 27 de julho de 1964 onde nevou por uma hora em Campos do Jordão, e na matéria ao lado cita que nevou até em Itapira( onde foi realmente neve mesmo), e granizo ocorreu nesse dia só que na capital paulista, e a ponte aérea Rio-SP teve que ser fechada devido a formação de gelo nas aeronaves, causada pelo forte resfriamento em médios e altos níveis da atmosfera. E mais uma vez agradeço muito pela colaboração.

Dados Climatológicos Campo Grande/MS 1931-1960


Aqui está o quadro com dados do INMET entre 1931-1960 de quando Campo Grande ainda pertencia ao estado de Mato Grosso, e a temperatura mínima absoluta neste período foi de -0,5 graus em 10 de julho de 1947, e máxima de 39,0 graus em 03 de outubro de 1949. Já nas normas entre 1961-1990 a temperatura mínima absoluta foi de -3,4 graus em 18 de julho de 1975, e a máxima de 40,1 graus em 19 de julho de 1985.


Trecho sobre a nevasca em agosto de 1879 em Vacaria/RS


Vejam esse pequeno trecho de um livro antigo, sobre a nevasca com recorde histórico no Brasil de 2 metros em agosto de 1879 em Vacaria:


1931-1960: Temperatura mínima absoluta de 13,2 graus em Vitória


Vejam que nas normas entre 1931-1960, a temperatura mínima absoluta em Vitória foi de 13,2 graus em 15 de julho de 1951. E nas normas entre 1961-1990 a mínima absoluta foi de 14,2 graus. Portanto a temperatura ocorrida, no sábado dia 21 de agosto, de 13,1 graus, mesmo que na estação automática foi a menor temperatura encontrada desde a década de 30.

1963: Seca até na Amazônia

Vejam que na Amazônia seca foi grave também em 1963:

" Segundo explicação do Sipam, embora as queimadas ocorram não na capital, mas principalmente em municípios como Presidente Figueiredo, distante 120 quilômetros de Manaus, por conta de ventos vindos do leste empurram a fumaça do entorno para Manaus. O rio Negro, que banha Manaus, segundo o geólogo Marco Oliveira, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), está medindo 15,86 metros hoje, pelo menos três metros a menos do que o mesmo período do ano passado. O ano da maior seca já registrada pelo CPRM foi 1963, quando o Negro chegou a 13,64 metros.

Ao analisarmos essa complexidade que é o clima na região Amazônia, observamos alterações no comportamento das características hidrológicas da bacia que estão diretamente relacionadas com as condições climáticas. Nos últimos 50 anos, a Amazônia passou por pelo menos três grandes secas. A primeira ocorrida em 1963, quando a Amazônia não estava no auge do desmatamento; a segunda em 2005 e a terceira em 2009, a região atingiu um desmatamento um pouco preocupante".

1963: Seca histórica no Paraná com duração entre julho de 1963 e janeiro de 1964


Leiam nessa síntese a calamidade que foi a seca de 1963 no Paraná com incêndios florestais por todos os lados devido ao ar extremamente seco, uma estiagem sem precedentes no estado com 6 meses sem chuva.


Seca recorde em 1963 no Rio


Vejam essa reportagem do jornal última Hora em 08 de agosto de 1963, falando sobre a seca no Rio de Janeiro, e só pra ilustrar segundo o INMET foi a maior seca que já teve na história do estado do Rio, alguns pontos ficaram até 150 dias sem uma gota de chuva, assim como em outras partes do Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil.

Vejam mais detalhes nos posts: