domingo, 10 de outubro de 2010

Condições Meteorológicas ocorridas no mês de
Outubro de 2007
Destacam-se, a seguir, dados referentes aos valores extremos de
precipitação e temperatura observados no mês de Outubro nas diferentes regiões do
país.

REGIÃO NORTE
Neste mês, a chuva esteve acima da média no Amapá, norte do Amazonas, centro
e oeste do Pará.. A região que menos choveu e esteve mais crítica foi o estado do
Tocantins e leste do Pará. Destaca-se Taguatinga (leste do TO), onde foi registrado 15,8
mm em todo o mês, enquanto que a média climatológica é de 145,2 mm.
A posição da Zona de Convergência Intertropical (ITCZ), a norte de 5°N,
desfavoreceu o desenvolvimento de áreas de instabilidade sobre o Amapá e nordeste do
Pará. As áreas de instabilidade tropical estiveram mais concentradas sobre os estados de
Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia e Pará no primeiro decêndio, causando chuvas e
trovoadas em áreas isoladas. No segundo decêndio, essas áreas de instabilidade estiveram
também sobre o oeste e norte do Tocantins. Já no último decêndio, áreas de instabilidade
causaram pancadas de chuva sobre toda a região, porém essas pancadas foram irregulares e
mal distribuídas. Destaca-se a ocorrência de 90,0 mm de chuva em Boa Vista (RR), no dia
24.
Dentre os totais de precipitação, o maior foi de 446,8 mm em Benjamin
Constant (AM) e a menor foi 0,1 mm na localidade de Soure (PA).
A temperatura média compensada variou entre 25,3 ºC em Iauaretê (AM) e 29,4
ºC em Porto Nacional (TO). A média das temperaturas máximas esteve compreendida
entre 31,2 ºC em Iauaretê (AM) e 37,0 ºC em Peixe (TO). A média das temperaturas
mínimas variou entre 19,7 ºC em Tracuateua (PA) e 27,1 ºC em Soure (PA).

REGIÃO NORDESTE
Nesse mês, o total mensal de chuva foi abaixo da média na Região Nordeste do
país, exceto no norte do Piauí, onde foi acima da média, e no sul da Bahia, onde o total
esteve próximo da média. As áreas mais críticas, em termos de escassez de chuva, foram o
oeste da Bahia, Ceará (exceto norte), sul do Maranhão e sul do Piauí. Destaca-se Iguatú
(CE) onde ocorreu 0,9 mm no mês, enquanto que a média climatológica é de 267,7 mm.
Esses baixos volumes de precipitação estão associados ao atraso do início do período
chuvoso no oeste da Bahia, o que prejudicou a atividade agrícola da área.
A última frente fria que chegou ao Brasil em setembro ainda estava no sul
da Bahia no início de outubro, causando chuva de 54,0 mm em Canavieiras (BA) no dia 4
e 48,0 mm em Caravelas (BA) no dia 2. Após a passagem desse sistema, nenhuma frente
fria atingiu o nordeste do país em outubro. A circulação da atmosfera desfavoreceu a
presença de áreas de instabilidade no oeste da região nos dois primeiros decêndios do mês.
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Já no terceiro decêndio, no Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia fo observada a
formação dessas áreas de instabilidade tropical, no entanto as chuvas foram mal
distribuídas espacialmente e pouco significativas. Entre o leste do Rio Grande do Norte e o
leste da Bahia a presença de chuva predominantemente fraca e ocasional foi observada.
Nesse período as chuvas foram causadas pela formação de áreas de instabilidade
associadas a circulação da Alta Subtropical do Atlântico Sul. No interior dos estados do
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e de Pernambuco não foram registradas chuvas em
vários municípios, devido ao predomínio de uma massa de ar quente e seca.
Dentre os totais de precipitação, o maior foi de 186,2 mm em Canavieiras (BA) e
não choveu nas localidades de Irecê e Remanso (BA); Chapadinha (MA); Camaratuba,
Patos e São Gonçalo (PB); Cabrobó, Ouricuri e Petrolina (PE); Bom Jesus do Piauí e São
João do Piauí (PI); Apodi, Cruzeta, Florânea, Macau, Mossoró e Seridó (Caicó) (RN) e não
choveu em quase todo estado do Ceará.
A temperatura média compensada variou entre 19,5 ºC em Garanhuns (PE) e 31,9
ºC em Floriano (PI). A média das temperaturas máximas esteve compreendida entre 24,3
ºC em Garanhuns (PE) e 38,4 ºC em Luzilândia (PI). A média das temperaturas mínimas
variou entre 15,2 ºC em Vitória da Conquista (BA) e 27,1 ºC em Seridó (Caicó) (RN).

REGIÃO CENTRO-OESTE
Nesse mês, os totais de chuva estiveram acima da média no oeste do Mato Grosso
do Sul, sul, centro e oeste do Mato Grosso. Na região as chuvas estiveram abaixo da
média, como no estado do Goiás e Distrito Federal, sul e leste do Mato Grosso do Sul
choveu menos da metade do esperado para o mês. Em Brasília, por exemplo, a média de
outubro é de 172,1 mm e a precipitação ocorrida foi de 38,3 mm. A estiagem ocorreu
devido ao atraso do início do período chuvoso na região.
No início do mês, áreas de instabilidade atuaram principalmente sobre o
noroeste e oeste do Mato Grosso, no entanto ocasionando chuva em áreas isoladas. Com a
passagem de uma frente fria nas Regiões Sul e Sudeste entre os dias 12 e 15, as áreas de
instabilidade tropical estiveram posicionadas também sobre o restante do Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, oeste e sul de Goiás. No centro, leste e norte de Goiás a circulação
dos ventos esteve favorável ao transporte de umidade da região amazônica, a partir do
terceiro decêndio do mês, no entanto esses sistemas causaram chuvas irregulares e mal
distribuídas espacialmente. Destaca-se o registro de 80,0 mm de chuva em Matupá (MT)
no dia 24, devido a atuação de áreas de instabilidade.
Dentre os totais de precipitação, o maior foi 314,4 mm em Diamantino (MT)
e a menor foi de 33,8 mm em Três Lagoas (MS).
A temperatura média compensada variou entre 23,3 ºC em Catalão (GO) e 28,9 ºC
em Aragarças (GO). A média das temperaturas máximas esteve compreendida entre 29,4
ºC em Catalão (GO) e 36,7 ºC em Nova Xavantina (MT). A média das temperaturas
mínimas variou entre 18,6ºC em Ponta Porã (MS) e 23,2 ºC em Cuiabá (MT).

REGIÃO SUDESTE
Em outubro, os totais de chuva estiveram abaixo da média em grande parte da
Região Sudeste. No Rio de Janeiro, sul e sudeste de Minas Gerais, leste de São Paulo e sul
do Espírito Santo os valores estiveram de normal a acima da média. As anomalias
negativas ocorreram principalmente devido ao atraso do início do período chuvoso nesta
área do país. Em vários municípios do norte de Minas Gerais não ocorreu chuva
significativa até o final do mês, o que prejudicou a atividade agrícola.
Cinco frentes frias chegaram até a Região Sudeste do país em outubro. A
primeira e a última frente fria, que chegaram respectivamente nos dias 11 e 30, atuaram
somente no sul e leste de São Paulo. No dia 21, a passagem da quarta frente fria provocou
chuva forte em São Paulo. Além disso, o calor intenso verificado algumas horas antes da
passagem desta frente favoreceu a ocorrência de chuva forte. Esse sistema esteve semiestacionário
sobre o Rio de Janeiro, o que contribuiu para os altos acumulados de chuva
nesta área. No dia 25 foram registrados 141,0 mm no Alto da Boa Vista (RJ) e 113,0 mm
no Rio de Janeiro (RJ). Áreas de instabilidade ocasionaram chuvas principalmente na
segunda quinzena do mês.
Dentre os totais de precipitação, o maior foi de 337,1 mm em Ubatuba (SP)
e não choveu nas localidades de Carbonita e Salinas (MG).
A temperatura esteve acima da média em toda a Região Sudeste. A temperatura
média compensada variou entre 13,4 ºC em Campos do Jordão (SP) e 28,4 ºC em Arinos
(MG). A média das temperaturas máximas esteve compreendida entre 23,9 ºC em Campos
do Jordão (SP) e 36,6 ºC em Arinos (MG). A média das temperaturas mínimas variou entre
10,3 ºC em Campos do Jordão (SP) e 22,4 ºC em Votuporanga (SP).

REGIÃO SUL
Neste mês de outubro ocorreu chuva acima da média no norte e extremo sul do
Rio Grande do Sul, enquanto que no nordeste do Rio Grande do Sul, sul de Santa Catarina
e no Paraná (exceto sul e leste) ocorreu chuva abaixo da média. No Paraná, especialmente
no norte do estado, os últimos três meses foram marcados por baixos volumes de chuva, o
que prejudicou a atividade agrícola nesta área. Já em Santa Vitória do Palmar, no extremo
sul do Rio Grande do Sul, ocorreu mais que o dobro da chuva esperada para outubro. Nas
demais áreas da Região Sul do país, ocorreu precipitação próxima da média climatológica.
Oito frentes frias passaram sobre a Região Sul, no entanto três desses sistemas não
atuaram sobre toda a área e apresentaram deslocamento rápido. A primeira frente fria, que
chegou a região no dia 06, ocasionou rajadas de vento de em torno de 65 km/h em
Caçapava do Sul (sul do RS) e chuva forte no extremo sul do Rio Grande do Sul. A maior
precipitação registrada em 24 horas foi de 73 mm em Campos Novos (centro de SC) no dia
16, devido a passagem da quarta frente fria. Semelhantemente, áreas de instabilidades
formadas devido ao transporte de umidade da região amazônica para o sul do país foram
responsáveis por temporais, principalmente no oeste da região. Um sistema convectivo de
mesoescala, originário do norte da Argentina, foi responsável por temporais, com rajadas
de vento de mais de 85 km/h e ocorrência de granizo de pelo menos 10 cm de diâmetro em
Santo Augusto (RS) e em outros municípios do noroeste gaúcho no dia 20, causando
transtornos à população.
Dentre os totais de precipitação, o maior foi 240,3 mm em Santana do
Livramento (RS) e a menor foi de 43,9 mm em Castro (PR).
A temperatura do ar esteve acima da média em toda a região, com destaque para o
norte do Paraná (5°C acima da média), onde as altas temperaturas do ar perduram desde
agosto A temperatura média compensada variou entre 15,1ºC em São Joaquim (SC) e 25,0
ºC em Maringá (PR). A média das temperaturas máximas esteve compreendida entre
20,2ºC em São Joaquim (SC) e 31,7 ºC em Londrina (PR). A média das temperaturas
mínimas variou entre 11,3 ºC em São Joaquim (SC) e 20,1 ºC em Maringá (PR).

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