domingo, 10 de outubro de 2010

Condições Meteorológicas ocorridas no mês de
Outubro de 2008
Destacam-se, a seguir, dados referentes aos valores extremos de
precipitação e temperatura observados no mês de Outubro nas diferentes regiões do
país.
REGIÃO NORTE
Em outubro, a precipitação esteve acima da média no norte e nordeste do
Amazonas, Roraima, Amapá, centro, norte e nordeste do Pará. Destaque para o norte do
Amazonas e Roraima, por exemplo, em Barcelos, norte do Amazonas, ocorreu 144,5 mm,
enquanto que a média é de 22,9 mm. Por outro lado, ocorreu precipitação abaixo da média
em Tocantins, sul do Pará e centro-oeste do Amazonas.
Tipicamente, em outubro as áreas de instabilidade tropical migram para sul,
diminuindo sua atuação no estado de Roraima e norte do Amazonas. Porém nesse mês os
sistemas continuaram predominando nesta área, como em Caracarai (RR), onde ocorreu
70,0 mm no dia 12. Nos demais estados, as áreas de instabilidade tropical também
causaram pancadas de chuvas. Destaca-se a ocorrência de 76,0 mm no dia 9 em Macapá
(AP). Em Tocantins, a atuação de uma massa de ar quente e seco inibiu a formação de
nuvens de chuvas e ocasionou baixa umidade relativa do ar e temperaturas elevadas em
grande parte do mês. Destaca-se a ocorrência de 40,8°C em Palmas (TO) no dia 15 e em
Porto Nacional (TO), no dia 27. Além disso, nos dias 7, 13 e 16 a umidade relativa do ar
chegou a valores abaixo de 15% em alguns municípios de Tocantins, devido a
intensificação da massa de ar quente e seco. Neste mês, a Zona de Convergência
Intertropical (ITCZ), esteve posicionada a norte de 5°N, não contribuindo para a
ocorrência de chuvas na região.
Dentre os totais de precipitação, o maior foi de 255,4 mm em Benjamim
Constant (AM) e a menor foi 3,8 mm na localidade de Taguatinga (TO).
A temperatura média compensada variou entre 25,3ºC em Iauaretê (AM) e
30,2ºC em Porto Nacional (AM). A média das temperaturas máximas esteve compreendida
entre 31,2ºC em Iauaretê (AM) e 37,7ºC em Porto Nacional (TO). A média das
temperaturas mínimas variou entre 19,8ºC em São Gabriel da Cachoeira (AM) e 26,9ºC
em Soure (PA).

REGIÃO NORDESTE
Nesse mês, o total mensal de precipitação ficou abaixo da média no centro-sul
do Maranhão, sul do Piauí, sul do Ceará, oeste, centro, sul e leste da Bahia. Os maiores
desvios ocorreram no oeste e sul da Bahia, como em Canavieiras, sul da Bahia, onde
ocorreu 51,0 mm, sendo que a média é de 166,9 mm. Nas demais áreas da região, os totais
de precipitação estiveram dentro da média.
Áreas de instabilidade tropical causaram pancadas de chuvas, principalmente
no Maranhão. Destaca-se Imperatriz, no oeste do Maranhão, onde choveu 14,4 mm, com
rajadas de ventos de até 102,6 km/h e queda de granizo no dia 27, causando estragos na
cidade. Porém, em geral, as áreas de instabilidade estiveram pouco ativas no oeste da
Região Nordeste, o que favoreceu a precipitação abaixo da média nesta área. Por outro
lado, a intensificação da massa de ar quente e seco foi responsável por baixa umidade
relativa do ar, principalmente em localidades do oeste da Bahia, onde a umidade relativa
registrada chegou a em torno de 15%. Já no leste da região, ocorreram chuvas fracas,
devido à circulação dos ventos que trazem umidade do Oceano Atlântico para a região.
Nenhuma frente fria favoreceu a ocorrência de chuvas na Região Nordeste.
Dentre os totais de precipitação, o maior foi 77,8 mm em Carolina (MA) e não
ocorreu precipitação nas localidades de Barra, Bom Jesus da Lapa, Carinhanha, Correntina,
Remanso e Santa Rita de Cássia (BA); Monteiro e Patos (PB); Garanhuns, Ouricurí e
Pesqueira (PE); Parnaíba e Paulistana (PI); Apodí, Cruzeta, Florânea, Macau e Natal (RN)
e em quase todo estado do Ceará.
A temperatura média compensada variou entre 21,0ºC em Vitória da Conquista
(BA) e Garanhuns (PE) e 32,0ºC em Floriano (PI). A média das temperaturas máximas
esteve compreendida entre 25,0ºC em Garanhuns (PE) e 38,5ºC em Floriano (PI). A média
das temperaturas mínimas variou entre 14,9ºC em Vitória da Conquista (BA) e 28,0ºC em
Seridó (Caicó) (RN).

REGIÃO CENTRO-OESTE
Em outubro, a precipitação esteve abaixo da média no Distrito Federal, Goiás,
Mato Grosso do Sul (exceto oeste), centro e leste do Mato Grosso. No Distrito Federal, por
exemplo, este foi o quarto ano consecutivo, que o mês de outubro foi o mais seco desde o
início dos registros, com 38,7 mm. O maior registro de precipitação mensal foi de 224,3
mm em Gleba Celeste (MT). Nas demais áreas da região ocorreu precipitação dentro da
média.
Áreas de instabilidade tropical causaram pancadas de chuvas por vezes fortes,
acompanhadas de trovoadas e rajadas de ventos em pontos isolados da Região durante o
mês. Destaca-se São José do Rio Claro, centro do Mato Grosso, onde registrou 96,0 mm no
dia 3 e Diamantino, centro do Mato Grosso, onde ocorreu 74,0 mm no dia 30. No segundo
decêndio do mês, as áreas de instabilidade estiveram menos ativas, ocasionando chuvas
mais fracas, principalmente em Goiás e Distrito Federal. Além de áreas de instabilidade,
duas frentes frias chegaram ao Mato Grosso do Sul nos dias 01 e 05, o que favoreceu a
ocorrência de pancadas de chuvas no estado.
A atuação da massa de ar quente e seco na região foi responsável por
temperatura elevada e umidade relativa baixa, causando desconforto à população. Nos dias
15, 16 e 28 a temperatura esteve acima de 40°C e a umidade relativa do ar abaixo de 15%
em alguns municípios de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em Brasília
registrou-se 35,8°C no dia 28, batendo o recorde histórico da cidade.
A temperatura média compensada variou entre 24,1ºC em Brasília (DF) e
Campo Grande (MS) e 28,9ºC em Aragarças (GO). A média das temperaturas máximas
esteve compreendida entre 30,0ºC em Ponta Porã (MT) e 37,1ºC em Nova Xavantina
(MT). A média das temperaturas mínimas variou entre 17,8ºC em Ponta Porã (MT) e
23,4°C em Corumbá (MS).

REGIÃO SUDESTE
No mês de outubro, ocorreu precipitação abaixo da média em Minas Gerais
(exceto sul e sudeste), Espírito Santo (exceto litoral), norte do Rio de Janeiro, norte e oeste
de São Paulo. As maiores anomalias ocorreram no norte de Minas Gerais, onde
praticamente não choveu neste mês.
A primeira frente fria do mês chegou em São Paulo na noite do dia 1, causando
chuvas fortes. As três frentes frias seguintes que passaram sobre a região, nos dias 5, 16 e
27 respectivamente, causaram poucas chuvas sobre os estados da região. Por outro lado, a
última frente fria, que chegou no dia 30, esteve associada à áreas de instabilidade, as quais
favoreceram as chuvas fortes em áreas isoladas de São Paulo, Triângulo Mineiro e sul de
Minas Gerais, como em Capinópolis (MG) onde ocorreu 63,0 mm no dia 30. Além disso, a
formação de áreas de instabilidade foi responsável por pancadas de chuvas, trovoadas e
rajadas de ventos intensas em pontos isolados. Destaca-se Ubatuba, no litoral de São
Paulo, onde foi registrado 73,0 mm no dia 19 e Conceição do Mato Dentro, centro de
Minas Gerais, onde foi registrado 71,0 mm no dia 20. Em relação à baixa umidade relativa
do ar, no centro-norte de Minas Gerais uma massa de ar seco e quente predominou em
grande parte do período, proporcionando umidade relativa do ar em torno de 12% em
localidades de Minas Gerais, principalmente nos dias 5 e 6.
Dentre os totais de precipitação, o maior foi de 335,9 mm em Ubatuba (SP) e
não ocorreu precipitação nas localidades de Araçuaí, Arinos, Espinosa, Janaúba e Monte
Azul (MG).
A temperatura média compensada variou entre 13,4ºC em Campos do Jordão
(SP) e 29,5ºC em Monte Azul (MG). A média das temperaturas máximas esteve
compreendida entre 22,3ºC em Campos do Jordão (SP) e 37,5ºC em Arinos (MG). A
média das temperaturas mínimas variou entre 11,2ºC em Campos do Jordão (SP) e 22,0ºC
em Vitória (ES) e Aimorés (MG). A menor temperatura do ar do mês foi de 7,0°C em
Barbacena (MG) no dia 10, devido à entrada de uma massa de ar frio.

REGIÃO SUL
Em outubro, a precipitação ficou acima da média na Região Sul, exceto no sul
do Rio Grande do Sul e no norte e noroeste do Paraná, onde ficou abaixo da média. Os
maiores desvios ocorreram no norte e noroeste do Rio Grande do Sul, onde os valores
superaram o dobro da média. A maior precipitação total mensal foi de 483,5 mm em São
Luiz Gonzaga, no noroeste do Rio Grande do Sul, sendo que a média é de 197,7 mm. Por
outro lado, em Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do Rio Grande do Sul, ocorreu
13,3 mm e a média é de 87,1 mm.
A passagem de seis frentes frias, associadas a áreas de instabilidade, tornaram
o tempo instável, favorecendo os desvios positivos de precipitação em grande parte da
Região Sul. A primeira e a segunda frentes frias, atuantes nos dias 2 e 4 respectivamente,
estiveram mais intensa no Paraná, Santa Catarina, norte e nordeste do Rio Grande do Sul,
causando rajadas de ventos intensas. As duas frentes frias seguintes chegaram nos dias 13 e
22 e causaram chuvas intensa no Rio Grande do Sul. No dia 13, com a passagem da
terceira frente fria, as pancadas de chuvas ocasionalmente fortes, acompanhadas de
trovoadas e rajadas de ventos intensas de até 90 km/h, causaram transtornos à população,
como enchentes e destelhamentos. Além disso, a passagem da frente fria que chegou no dia
22 causou além de chuvas e ventos fortes, granizo em algumas cidades do Rio Grande do
Sul. Adicionalmente, no dia 26, a associação entre uma nova frente fria e áreas de
instabilidade foi responsável por temporais, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa
Catarina. Destaca-se a ocorrência de 140,0 mm em Ibirubá, norte do Rio Grande do Sul, no
dia 26, o maior registro de chuva em 24 horas em 25 anos neste município. A última frente
fria, que chegou à Região no dia 29, igualmente esteve associada à áreas de instabilidade e
provocou trovoadas, além de chuvas e ventos intensos, como em Iraí, norte do Rio Grande
do Sul, onde ocorreu 104,0 mm no dia 29.
A atuação de uma massa de ar frio foi responsável por baixas temperaturas do
ar nos dias 8 e 9, em grande parte da Região Sul do Brasil. No dia 9 a menor temperatura
registrada foi de 0,4°C em Urubici (SC) e no dia 8 ocorreu geada fraca no sudoeste do Rio
Grande do Sul e na serra de Santa Catarina.
A temperatura média compensada variou entre 13,0ºC em São Joaquim (SC) e
23,9ºC em Maringá (PR). A média das temperaturas máximas esteve compreendida entre
17,2ºC em São Joaquim (SC) e 30,0ºC em Londrina (PR). A média das temperaturas
mínimas variou entre 9,4ºC em Cambará do Sul (RS) e 19,5ºC em Maringá (PR).

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